A FISIOTERAPIA NA SINDROME DE WEST

A síndrome de West é uma epilepsia grave progressiva, caracterizada por espasmos em flexão ou extensão, deterioração ou atraso neuropsicomotor e hipsarritimia ao encefalograma, a qual não possui fisiopatologia conhecida. Existem apenas sugestões de fatores etiológicos que podem levar ao aparecimento da síndrome, como afecções que interfiram no desenvolvimento neurológico da criança nos períodos pré, neo e pós-natais. Manifestando-se ainda no primeiro ano de vida (MULLER, et al.,1989; NAVARRO, 2005). 


Foi descrita pela primeira vez em 1841, por Willian James West, clinico geral no Reino Unido o qual a observou em seu próprio filho (HENRRIQUES-SOUZA, ATAIDE JUNIOR, LAURENTINO, 2007). Apresenta como sinônimos: espasmos agitatórios, espasmos infantis com Hipsarritmia e encefalopatia mioclônica infantil com hipsarritmia (MULLER; BERTASON; ISRAEL,1989). 

Do ponto de vista etiológico SW pode ser classificada em Idiopática e Sintomática ou em três grupos: idiopática quando a causa é desconhecida, criptogênica onde o lactente é normal até os inícios dos espasmos, sem qualquer lesão cerebral detectável, e sintomática onde há prévio desenvolvimento neuropsicomotor anormal, (dependendo do autor). No exame neurológico, além da hipotonia, são encontradas alterações relacionadas a encefalopatias pré-existentes (antes do inicio da síndrome), tais como: microcefalia, sinais de liberação piramidal, estrabismo, dupla hemiplegia, hemiparesia, monoparesia e hipotinia difusa (NAVARRO, 2005; MATTA et al., 2007). 

Dados revelam que aproximadamente 20% dos casos da doença podem apresentar recuperação completa, enquanto outros morrem em 7-12 anos e 65% dos que sobrevivem possuem retardo mental (COCKERELL; SHORVON, 1997). 

O tratamento farmacológico visa controlar os espasmos. Dentre os fármacos mais utilizados no tratamento da síndrome podemos citar o Vigabatrim muito utilizado em vários países, a corticotropina, clonazepan e o hormônio adrenocotrópico (COCKERELL; SHORVON, 1997; ROWLAND, 2002). 

Sanvito (2007), sugere uma dieta hipossódica com suplementação de potássio enquanto Guerreiro (2004), indica a dieta cetogênica para o tratamento da Síndrome de West. 

Por ser esta uma patologia rara e de difícil diagnóstico não se encontra descrito na literatura um tratamento fisioterapeutico específico para a síndrome, e sim, tratamentos que buscam prevenir e melhorar os possíveis atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor (uma das características marcantes da síndrome), normalizar tônus, prevenir encurtamentos contraturas e deformidades, posicionamentos e fortalecimento da musculatura respiratória (MULLER; BERTASON; ISRAEL,1989). 

Alguns tratamentos fisioterapeuticos descritos na literatura são: o uso de materiais como bola, rolo, banco, espelhos, andadores, prancha de equilíbrio, carrinhos, faixas elásticas, brinquedos entre outros como brincadeiras lúdicas (FUJISAWA; MANZINI, 2006); A cinesioterapia motora é utilizando estímulos constantes e facilitações, exteroceptivos e proprioceptivos buscando a ativação do sistema neuromuscular; a hidroterapia com a água na temperatura aproximada de 32Cº para promover o relaxamento melhorando a amplitude de movimento através das mobilizações passiva produzindo menor desconforto para o paciente, auxilia no controle da postura (MULLER; BERTASON; ISRAEL,1989). 

O conceito Bobath também é muito utilizado no tratamento da SW, o qual tem como principio manuseios utilizando padrões que irão influenciar no tônus muscular, através dos pontos chaves de controle. Por conseqüência ira influenciar no controle da postura e no desempenho das atividades funcionais (PERES, RURDELLS, DIAMANTES, 2009). 

Contudo, para se conseguir um bom prognóstico para essa doença, esta deve ser diagnosticada o mais precocemente possível, evitando assim a instalação de complicações futuras.

Ana Claudia Cardia; 
Franciele Karine de Souza e Silva; 
Gislaine Cardoso; 
Juliana Cristina da Silva; 
Kelly Caroline Craveiro Geraldo; 
Renata Gois Tateishi Rabelo.


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