GOTA - ARTRITE CRISTALINA

CRAVEIRO, K.C.G.; SILVA, F.K.S. Acadêmicas do Curso de Fisioterapia – Faculdade Ingá, Maringá - PR

CONCEITO
A Gota se manifesta por uma alteração no metabolismo das purinas (proteínas) pelo nível elevado de ácido úrico no organismo levanto á ocorrer processos inflamatórios e presença de cristais de urato monossódico nas articulações (CHIARELLO, 2008; PINHEIRO, 2008)

EPIDEMIOLOGIA
Acomete principalmente os homens, numa proporção de 20:1, incidindo dos 30 aos 60 anos. Em mulheres pode acontecer no período após a menopausa. Autores ainda relatam forte influência hereditária na transmissão da gota (CHIARELLO, 2008; MOREIRA e CARVALHO, 2001).

CLASSIFICAÇÃO ETIOPATOGÊNICA
A causa pode ser causada por dois mecanismos básicos sendo classificada em primaria ou secundária  (MOREIRA e CARVALHO, 2001).
Primaria: 95% dos casos esta associado a causas hereditárias, por um defeito no metabolismo das purinas por superprodução (deficiencia da HGPRT-ase, glicose-6-fosfatase ou APRT-ase ativa) e/ou defeito na excreção renal de urato (CHIARELLO, 2008; MOREIRA e CARVALHO, 2001).
Secundária: 5% dos casos esta diretamente associado á algumas doenças específicas que podem elevar o acido úrico do corpo por hipoexcreção, como leucemia, insuficiência renal, anemias, diabetes mellitus, hipertensão arterial e hiperparatireoidismo (CHIARELLO, 2008; MOREIRA e CARVALHO, 2001).
Outros fatores que podem causar Hipoexcreção de urato são uso de drogas diuréticas, em dietas hipocalóricas, uso de drogas ilícitas, álcool, estado de Cetose ou intoxicação pelo chumbo (MOREIRA e CARVALHO, 2001).
O aumento de acido úrico nos tecidos intra-articulares e subcutâneos leva ao desenvolvimento de macrófagos e outras células quimiotáxicas na região, com a redução da temperatura do corpo ocorre uma reabsorção de água e urato desigual, favorecendo a precipitação de cristais (MOREIRA e CARVALHO, 2001).

QUADRO CLÍNICO
Hiperuricemia assintomática: Com início na puberdade, sendo assintomática. Caracterizada pelo nível elevado de ácido úrico em decorrência deficiência no metabolismo das purinas (CHIARELLO, 2008)
Artrite gotosa aguda: tem inicio na quarta década de vida, com crises que duram em média 3 a 10 dias. Caracterizada pela reação inflamatória, normalmente mono ou oligoarticular, de origem rápida e súbita, extremamente dolorosa que geralmente aumenta durante o período noturno. Afetando primeiramente os dedos dos pés e tornozelos, (metatarsofalangeanas, tarsometatarsianas e tibiotarsicas), joelhos, mãos ,punhos e cotovelos . Os sinais e sintomas são :Inchaço, edema, aumento da temperatura no local, pele avermelhada e brilhante no local e ao redor, e aumento da sensibilidade no local. Após uma crise pode acontecer descamação da pele no local afetado (CHIARELLO, 2008; MOREIRA e CARVALHO, 2001).
Período Intercrítico: com duração variável. Caracterizada após o primeiro ataque agudo de artrite gotosa, quando esta fica por um período sem aparecer e retorna no período de 6 meses a 2 anos. Nesta fase é necessário uma abordagem clinica e laboratorial ampla, objetivando o controle da doença e a prevenção de complicações para o paciente (CHIARELLO, 2008; MOREIRA e CARVALHO, 2001).
Gota tofácea crônica: Caracterizada pelo aparecimentos de poliartrite crônica (quando afeta varias articulações) algumas vezes com o aparecimento de tofos indolores (acúmulo de microcristais circundados por reação inflamatória) em articulações e tecidos subcutâneos, as dores nesta fase são mais suaves e contínuas, com pouco sinais de inflamação.

DIAGNÓSTICO
Exames Laboratorial – Dosagem de ácido úrico no sangue e na urina; Hemograma, lipidograma, glicemia, provas de atividades inflamatórias; Pesquisa de cristais no liquido sinovial por meio de punção e Biopsia de tofos (CHIARELLO, 2008)
Raio X – em um estágio inicial o exame radiológico é normal ou pode apresentar aumento das partes moles (MOREIRA e CARVALHO, 2001).
Em estágios mais avançados – Erosões de cartilaginosas, erosões ósseas ou pequenas lesões destrutivas do osso subcondral, calcificações periarticulares, diminuição do espaço articular, osteopenia, aquilose e tofos (CHIARELLO, 2008; MOREIRA e CARVALHO, 2001).

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Tofos palpáveis: nódulos subcutâneos, calcinose, infecção de partes moles e formações císticas diversas (MOREIRA e CARVALHO, 2001).

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
Prescrição médica de antiinflamatórios (como colchicina e antiinflamatório não-hormonal ou corticoesteroides) e uricorredutores (aloputinol) (CHIARELLO, 2008; MOREIRA e CARVALHO, 2001).
ORIENTAÇÕES: quanto a redução de peso, dieta pobre em purinas, redução do consumo de bebidas fermentadas e alcoólicas como cerveja e vinho; café; bebidas destiladas; certos peixes (como anchova, salmão e sardinha); frutos do mar; vísceras; conservas; defumados; lentilhas; espinafre; couve-flor e carnes de aves (CHIARELLO, 2008; CRUZ, 2006; PINHEIRO,2008).

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
OBJETIVOS
- Redução do quadro álgico e o controle do processo inflamatório (MOREIRA e CARVALHO, 2001).
CONDUTAS
- Alguns autores indicam o repouso da articulação afetada por 24 a 28 horas, utilizando quando necessário órteses de posicionamento que limitem o movimento articular e aliviem a dor (CHIARELLO,2005; CORRIGAN e MAITLAND,2000).
- Para analgesia escontra-se na literatura o TENS e Corrente interferencial. Já para promover analgesia e reduzir o processo inflamatório o Ultra-som é recomendado para administração de substância medicamentosa assim como a Iontoforese com corrente galvânica direta, contínua e de baixa voltagem é citada na literatura (CHIARELLO,2005; CORRIGAN e MAITLAND,2000).
- Trações manuais passivas e pompagens são grandes aliados do tratamento nas fases intercrítica (CHIARELLO,2005; CORRIGAN e MAITLAND,2000).
- Mobilizações ativo-assistidas e o Treino funcional (com intensidade leve) numa fase posterior a artrite gotosa aguda, deve ser realizado, como pro exemplo: treino de marcha (geralmente este paciente terá alteração na marcha) uso de prancha de equilíbrio, balancim, bolas e cama elástica parece ser adequado para o treino de equilíbrio e proprioceptividade de MII (CHIARELLO, 2005).

REFERÊNCIAS
CHIARELLO et al. Fisioterapia Reumatológica. 1 ed. São Paulo: Manole, 2005.
CORRIGAN, B. MAITLAND, G.D. Ortopedia e Reumatologia: Diagnóstico e Tratamento. 1 ed. São Paulo: Premier, 2000.
CRUZ,B.A. Gota. Revista Brasileira de Reumatologia. v.46, n.6. Nov./dez. 2006. p. 419-422
MOREIRA,C.I.; CARVALHO, M.P. Reumatologia: Diagnóstico e Tratamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

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